quarta-feira, 24 de abril de 2024

Grande mágoa

 


Ai, que grande mágoa se instalou no meu peito.
Ai, que coisa feia que não devia ter feito.
Ai, que dor profunda veio  fazer em mim o seu leito.
Ai, que grande mágoa se instalou no meu peito

quarta-feira, 20 de março de 2024

Povo português

 Agora é que se está a ver a verdadeira cerviz do povo português: inculto, servil, dissimulado, medroso, vingativo e manhoso.

A reverência ao padre e ao regedor sempre foram a sua matriz.

50 anos depois do 25 de Abril de 1974 o povo português voltou a mostrar a sua identidade.

Abstenção em Portugal – Razões Justificativas

 1 -  Caracterização do actual modelo de sociedade

                      - Grande complexidade da gestão política

                        - Quadro das relações público-privadas com muitas relações atípicas

                           (Ensino; Saúde; Economia/Finanças – ex: EDP; TLP; GALP; Banca, PPPs etc…).

                        - Interacção internacional múltipla (UE; OMC; CE; CLP; etc…).

                        - Referenciais internacionais imperativos (Directivas da U.E.; Convenções,  Tratados e

                               Protocolos da ONU e do Conselho da Europa; Acordos    bilaterais e multilaterais 

                               diversos – OMC; CLP; Países África/Caraíbas;  etc…).

- Mutações rápidas no conhecimento científico e nas TIC.


- Sentido pouco exemplar do Estado, dos seus dirigentes e das suas instituições 

       

  (O Estado não é considerado uma pessoa de bem).

 

2 – Caracterização da governação política

                      - Poder político assente em duas forças principais, com indefinições 

                          programáticas e acções casuísticas, com ausência de representação eleitoral;

                        - Actos eleitorais traduzidos em cheques em branco;

                        - Mutações frequentes nos quadros legislativos;

                        - As escolhas dos cidadãos baseiam-se, principalmente, no show-off, na

                            aparência fisionómica, na demagogia dos candidatos, no vedetismo

                          associado às forças políticas. Raramente no programa de candidatura;

                        - Os dirigentes políticos são cada vez mais boçais, incultos, oportunistas,

                          e com uma postura sem predicados éticos. Vulneráveis à corrupção,

                          compadrio, tráfico de influências e egoísmo, com pouca sensibilidade

                          real para com os mais desfavorecidos, revelam falta de idoneidade

                          pessoal ( negócios pouco claros, processos judiciais frequentes,

                       envolvimento em malabarismos económico-financeiros, etc…).

 

3 – Caracterização dalguns indicadores de cidadania

                      - Degradação da cultura cívica de ano para ano;

                        - Domínio da vacuidade nos espaços televisivos e de formação da opinião;

                        - Órgãos de comunicação social orientados pela rentabilidade económica;

                        - Fosso entre pobres e ricos agravando-se continuamente;

                        - Aumento da criminalidade em consequência da falta duma cultura

                          humanista e da falta de sentimentos de solidariedade e de partilha.

 

 4 - Assim sendo:

            - É preciso ser-se dotado de grande capacidade para escolher em quem votar,

               perante a complexidade deste sistema com ausência de responsabilidade dos eleitos;

            - Não há, no actual xadrez político, qualquer organização que tenha por objectivo

               a criação duma nova ordem política, económica, social e cultural.

            - Não faz sentido eleger pessoas para ficarem com privilégios inacessíveis a quem

               elege, determinando que o eleitor aceita o estatuto de inferior perante o eleito, 

              contrariando a orientação dos referenciais de direitos humanos de que todos

              somos iguais em dignidade e direitos (artº 1º da D.U.D.H).

 

Como considero que não sou nem mais nem menos que os outros, que não sou capaz de fazer opções

sérias neste sistema e nem vejo nele qualquer força política que se proponha modificá-lo,     

                                    

NÃO VOTO, ABSTENHO-ME!

 

Data: Finais do século XX e início do século XXI

domingo, 18 de fevereiro de 2024

A solidão e o abandono de pessoas - Criação de programa de combate

 

Petição pública

 

 

A solidão e o abandono de pessoas - Criação de programa de combate 

 

Constatando que:

 

- É cada vez maior o número de pessoas a viverem sós;

- A solidão e o abandono propiciam o aparecimento de doenças mentais;

- A depressão atinge, significamente, as pessoas que se encontram em ambiente de solidão ou abandono;

- A solidão e o abandono estão na base de muitos suicídios e de manifestações de desistência de vontade de viver;

- A solidão e o abandono são transversais a faixas etárias alargadas, desde os jovens aos idosos;

- A solidão propicia precipitadas ligações pessoais de afetividade precária e instável, com base no medo do sentimento de abandono;

- Os estudos sociológicos e clínicos demonstram um crescimento de patologias associadas à solidão e abandono;

- As famílias e a comunidade têm vindo a demonstrar um crescente alheamento das condições de vida das pessoas a quem as ligam laços de parentesco e amizade, aumentando a tendência para o crescimento da solidão e abandono;

- Há um crescimento preocupante de pessoas abandonadas nos hospitais e na situação de sem abrigo;

- As pessoas vivendo em ambiente de solidão e abandono tendem a restringir a sua adesão a realizações de valorização cultural e social;

- O abandono afetivo e a solidão, seja por ausência material ou de afeto negado, é uma violação dos direitos humanos pelo impacto direto e profundo na dignidade da pessoa humana;

- As medidas até agora tomadas têm-se revelado insuficientes para enfrentar as consequências da solidão e do abandono.

 

Considerando a responsabilidade que a todos incumbe nesta matéria, solicita-se à Assembleia da República a aprovação de uma lei quadro que consubstancie um conjunto de medidas de combate à solidão e abandono de pessoas, envolvendo e responsabilizando as famílias, a comunidade e as entidades especializadas relevantes nesta área.

Amnistia/Perdão de Penas no âmbito das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril

 

PETIÇÃO

Amnistia/Perdão de Penas no âmbito das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril

 

Destinatários da Petição:

Assembleia da República e Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril

 

É comummente aceite que o principal resultado da revolução do 25 de Abril de 1974 foi a conquista da liberdade pelos portugueses, de que todos nos orgulhamos. Por isso se designa o 25 de Abril como o Dia da Liberdade.

Infelizmente, nos anos posteriores a essa data, assistiu-se a um crescimento da população prisional que, certamente, não estava nos desígnios de quem no 25 de Abril de 1974 participou. Esta constatação do crescimento do número de reclusos está patente no facto de nessa data existirem nas prisões portuguesas menos de 3.000 reclusos, ao passo que, atualmente, temos mais de 12.000 pessoas nas prisões a que se adiciona cerca de 30.000 pessoas em cumprimento de penas e medidas na comunidade. 

Por outro lado, diversas instituições nacionais e internacionais, como a O.V.A.R. - Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos (Distinguida com o prémio "Direitos Humanos 2018" pela Assembleia da República), a APAR-Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso, o Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Comité contra a Tortura do Conselho de Europa, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, o MNP da Provedoria de Justiça, etc..., têm vindo a denunciar e a condenar as condições desumanas existentes nas prisões em Portugal. Igualmente, tem sido denunciado que Portugal tem um excessivo tempo médio de cumprimento de pena (mais do triplo da média dos países da União Europeia), que a liberdade condicional raramente é concedida a meio da pena como está previsto legalmente e é prática corrente em muitos países europeus, que o quadro legal das penas sucessivas pode configurar a prisão perpétua proibida constitucionalmente, que a reinserção social dentro do sistema prisional é irrelevante, que devem ser alargadas as medidas alternativas  à pena de privação da liberdade, etc..., etc..., etc...

É também conhecido que a única amnistia aplicável ao sistema prisional, aprovada neste século XXI, relacionada com a visita do Papa em 2023 no âmbito da JMJ23, tendo sido muito restritiva e frouxa, não mostrou o registo de reincidência significativa nos reclusos abrangidos.      

Tendo em conta o exposto, e o significado da relação entre o 25 de Abril e a Liberdade, os signatários vêm solicitar que no programa das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril conste a aprovação, pela Assembleia da República, de uma amnistia/perdão de penas, de aplicação ampla, de âmbito generalizado e de dimensão significativa.  

Nota. Esta petição será publicada na internet como Petição Pública, será enviada à Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, ao Presidente da República, à Assembleia da República, aos partidos políticos com assento parlamentar na legislatura finda com a dissolução da AR, circulará nos estabelecimentos prisionais e será enviada aos órgãos de comunicação social.  Será, também, enviada à nova Assembleia da República logo que esteja constituída.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Eleições legislativas 2024 - Vinte questões relevantes

 Eleições legislativas 2024 - Vinte questões relevantes

- Há desinteresse, desencanto e descrença pelo atual modelo de sistema político, refletido no valor da abstenção (cerca de 50%), colocando em causa o seu caráter democrático, pelo que urge a sua alteração profunda, incluindo modificações à universalidade de voto nalgumas eleições;
- Os partidos políticos devem deixar de ter o monopólio da representação parlamentar, alargando-a a entidades relevantes transversais à sociedade. A classe política, assim como os partidos políticos, devem ter um estatuto semelhante a todos os outros cidadãos e associações, sem privilégios próprios;
- Deve ser implementado o princípio da subsidiariedade em todo o processo de gestão política, sendo de rever a perda de soberania com a adesão a organismos internacionais;
- O sistema fiscal deve ser profundamente revisto (por exemplo, libertando a tributação sobre o trabalho e onerando a tributação sobre o consumo não essencial), e os serviços públicos essenciais devem ter isenção de IVA;
- É necessária total transparência na gestão pública, devendo ser publicados, sem reserva, todos os contratos, relatórios e outros atos em que o Estado seja parte ou responsável;
- A paz social (versus conflitos, e sentimentos de ódio e vingança) deve ser um valor preponderante e os valores dos direitos humanos da liberdade, igualdade e fraternidade devem ser iguais, universais, indivisíveis, interrelacionados e interdependentes, com o aprofundamento das questões de ética e cidadania nos currículos escolares e na sociedade em geral;
- Deve ser reforçada a componente humanista no sistema educativo, tornando as escolas num espaço fraterno e atrativas para toda a comunidade escolar;
- É necessária uma política de fomento da produção nacional (vinho, fruta e outros produtos agrícolas, pesca, energias renováveis, ensino, turismo cultural, indústria (ex: cerâmica) e outras atividades de alto valor acrescentado) que permita uma economia sólida, amiga do ambiente e sustentável (A atual estrutura produtiva conduziu a valores em dívida de impostos e segurança social que ultrapassam os 30.000.000.000 de euros e a incentivos fiscais escandalosos);
- As exportações têm de assentar em produtos e serviços de alto valor acrescentado, substituindo a ilusão dos valores da Galp e da Auto-Europa que sendo as maiores exportadoras são também as maiores importadoras;
- A cessação de incentivos fiscais e subvenções a grandes grupos económicos tem de ser imediata, devendo ser proibida a cessão de créditos sem acordo das partes intervenientes nos contratos.
- O Estado deve ter presença ativa e reguladora em setores sensíveis da sociedade (banca, seguros, saúde, educação, cultura, energia, justiça, segurança, transportes e comunicações);
- O emprego deve ser estável e dignamente remunerado, acabando com a escravatura e a exploração (ex: precários, ubers, professores contratados, formadores, migrantes, operários, recurso a empresas de trabalho temporário, etc ...) e o salário mínimo nacional tem de se aproximar rapidamente da média da União Europeia;
- Tem de ser invertido o aumento significativo das desigualdades, da pobreza, exclusão social e pessoas sem abrigo, revendo o empenhamento social do Estado com programas concretos para a abolição de tais chagas sociais;
- Tem de ser revisto o modelo da gestão das delegações de competências do poder central e autárquico, nomeadamente nos apoios sociais, impedindo que se torne negócio;
- Deve ser fomentado, com urgência, o acesso à habitação, aumentando fortemente a oferta pública;
- Deve ser estudado o Rendimento Básico Incondicional;
- A justiça tem de ser humanizada (ex: visando a abolição das prisões), eliminando o seu pendor tecnocrático, priorizando a diminuição da conflituosidade, com a consequente diminuição das estruturas judiciais, policiais e prisionais e revisão profunda do código penal (tempo médio de cumprimento de pena, penas sucessivas e medidas de segurança), passando de um modelo de proibição, repressivo e punitivo, para um modelo preventivo e formativo, não privativo da liberdade, considerando como primordiais os pilares do perdão e da misericórdia. Deve ser tida em conta a equidade a par do direito, em todas as áreas da justiça;
- Deve ser implementado o direito à própria defesa consagrado no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, assim como a total aplicação da Convenção dos Direitos da Criança e todos os outros tratados e convenções de direitos humanos;
- A educação para a saúde deve ser um desígnio nacional, permitindo a automedicação, prevenindo, por exemplo, ações erradas como no enfrentamento da Covid19, incluindo a prevenção e tratamento de todas as dependências (ex: drogas) com auxílio e informação, sem punição e com enquadramento legal de todas as substâncias e práticas que provocam dependências;
- É necessária uma cultura efetiva dos direitos humanos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos.