1 - Caracterização do actual modelo de sociedade
- Grande complexidade da gestão política
-
Quadro das relações público-privadas com muitas relações atípicas
(Ensino; Saúde; Economia/Finanças – ex: EDP;
TLP; GALP; Banca, PPPs etc…).
-
Interacção internacional múltipla (UE; OMC; CE; CLP; etc…).
-
Referenciais internacionais imperativos (Directivas da U.E.; Convenções, Tratados e
Protocolos da ONU e do Conselho da
Europa; Acordos bilaterais e multilaterais
diversos – OMC;
CLP; Países África/Caraíbas; etc…).
- Mutações rápidas no
conhecimento científico e nas TIC.
- Sentido pouco exemplar do Estado, dos seus
dirigentes e das suas instituições
(O Estado não é considerado uma pessoa
de bem).
2 – Caracterização da
governação política
- Poder político
assente em duas forças principais, com indefinições
programáticas e acções
casuísticas, com ausência de representação eleitoral;
-
Actos eleitorais traduzidos em cheques em branco;
-
Mutações frequentes nos quadros legislativos;
-
As escolhas dos cidadãos baseiam-se, principalmente, no show-off, na
aparência fisionómica, na
demagogia dos candidatos, no vedetismo
associado às forças políticas. Raramente no
programa de candidatura;
-
Os dirigentes políticos são cada vez mais boçais, incultos, oportunistas,
e com uma postura sem predicados éticos.
Vulneráveis à corrupção,
compadrio, tráfico de influências e egoísmo,
com pouca sensibilidade
real para com os mais desfavorecidos, revelam
falta de idoneidade
pessoal ( negócios pouco claros, processos
judiciais frequentes,
envolvimento em malabarismos
económico-financeiros, etc…).
3 – Caracterização
dalguns indicadores de cidadania
- Degradação da
cultura cívica de ano para ano;
-
Domínio da vacuidade nos espaços televisivos e de formação da opinião;
-
Órgãos de comunicação social orientados pela rentabilidade económica;
-
Fosso entre pobres e ricos agravando-se continuamente;
-
Aumento da criminalidade em consequência da falta duma cultura
humanista e da falta de sentimentos de
solidariedade e de partilha.
4 - Assim sendo:
- É preciso ser-se dotado de grande
capacidade para escolher em quem votar,
perante a complexidade deste sistema com
ausência de responsabilidade dos eleitos;
-
Não há, no actual xadrez político, qualquer organização que tenha por objectivo
a criação duma nova ordem política,
económica, social e cultural.
-
Não faz sentido eleger pessoas para ficarem com privilégios inacessíveis a quem
elege, determinando que o eleitor aceita o
estatuto de inferior perante o eleito,
contrariando a orientação dos referenciais de
direitos humanos de que todos
somos iguais em dignidade e direitos (artº 1º
da D.U.D.H).
Como considero que não sou nem mais nem menos
que os outros, que não sou capaz de fazer opções
sérias neste sistema e nem
vejo nele qualquer força política que se proponha modificá-lo,
NÃO
VOTO, ABSTENHO-ME!
Data:
Finais do século XX e início do século XXI