Comunicação na
conferência promovida pela Rede Europeia Anti-Pobreza
“MAPTalk” - “Preciso duma casa…que eu consiga pagar”!”
24 de outubro de 2023
DECO - Delegação do Minho - Manuel Hipólito Almeida dos Santos
(…) ninguém pode
“abandonar a humanidade ao sabor dos mecanismos do mercado e da
concorrência”.(…)
Congresso
da Rede Europeia – 03.06.2022 - Presidente da REAP - Padre Agostinho
Moreira
Para
atenuar estes efeitos vão sendo adotadas medidas avulso e de caráter
transitório. Todavia, se é essencial que existam medidas que ajudem a colmatar
este impacto e que não permitam uma maior degradação das condições de vida das
pessoas, não podemos ignorar que estas medidas não têm qualquer impacto nas
causas da pobreza.
Este evento é
promovido pela Rede Europeia Anti-Pobreza, pelo que irei centrar a minha
intervenção sobre a habitação para pessoas de baixo rendimento líquido.
Pobreza é a privação das condições
necessárias para o acesso a uma vida digna (REAP) –habitação, saúde, educação,
alimentação, vestuário, água potável, saneamento, energia, transportes,
segurança social, etc…
A habitação é
essencial para se viver num mundo de paz
e tranquilidade e não num mundo de guerras, medos e conflitos.
Esta intervenção é da minha responsabilidade
pessoal.
Habitação – Direito Humano
O direito á habitação
tem consagração, como direito humano, no PIDCP,
na Constituição da República Portuguesa e na Lei de Bases da Habitação.
É uma obrigação do
poder político proporcionar o usufruto desse direito. Não pode abdicar dessa
responsabilidade, nomeadamente com delegação de competências que não seja mais
do que um lavar de mãos.
Habitação
na Europa
Situação internacional
Há dinâmicas
diferentes, de acordo com a realidade de cada país.
Há mercados em que se
verifica uma variação negativa já acentuada nos preços: a Suécia -6,9%, a
Alemanha -6,8%, a Dinamarca -6,2% ou a Finlândia -5,1%.
O mercado de
transações “está a arrefecer bruscamente por toda a Europa” (-50% na Finlândia
e -8% na Bulgária, registando Portugal uma queda de -25% nas transações de
casas de habitação.)
Se as casas
desvalorizarem, o património das famílias diminui, o risco económico,
financeiro e bancário aumenta e o investimento direto estrangeiro (IDE) também
diminui.
Orientação da U.E. para
a Habitação
Relatório sobre
a habitação social na União Europeia (81 pontos) – 30-04-2023 (2012/2293(INI))
- Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais - Relatora: Karima Delli -
PR_INI_art120 (…)
61 - Recomenda que os
Estados-Membros e as autoridades relevantes tomem medidas que promovam o acesso
à habitação a preço acessível, aumentando a quantidade e qualidade das
habitações sociais e de baixo custo e desenvolvendo a sua integração com
serviços sociais e serviços de prestação de cuidados de base social, recorrendo
ao FSE e a outros fundos estruturais para consegui-lo;
(…)
Salários em Portugal/mês (dados da Segurança Social –
jun2023) - (Valores brutos)
•
Superior a 1.500 euros
……….. 675.000 trabalhadores ……
17%
•
Entre 800 e 1.500 euros ……..
1.020.000 trabalhadores ……. 34%
•
Até 800 euros ………………. 2.400.000
trabalhadores ……. 59%
Nota: Na Função Pública a remuneração média em Jan/2023 era de 1.620
euros e o número de funcionários públicos era de cerca de 750.000 O nº de pensionistas é de cerca de 3
milhões na SS com um valor médio de € 510 e 600.000 na CGA com um valor médio de
€ 1.300.
Indicadores sócio-económicos
•
Sociedade conflituosa, egoísta, vingativa e justicialista (Ex: S.
Martinho).
•
Saúde mental - Três em cada 10 portugueses já foram diagnosticados
com depressão.
•
Em 31.12.2022 estavam em acompanhamento nas CPCJs 74.191 crianças
e jovens.
•
Contribuintes deviam mais 24 mil milhões de euros à A.T., em 2022.
•
Finanças penhoraram o salário a mais de 110 mil devedores e a mais de
17 mil pensões, em 2022.
•
Foram registadas, em 2022, no Sistema Informático de Penhoras.
Eletrónicas (SIPE) 522 727 penhoras, um aumento de 40% em relação a 2021.
•
Em julho de 2023 havia 330.000 desempregados e 300.000 em
subemprego,inativos e a tempo parcial
•
Dívidas à Segurança Social superaram 13 mil milhões de euros em 2022.
•
Mais de 50% dos trabalhadores (SS+CGA) recebem salários inferiores
a 1.000 euros mensais.
•
Cerca de 2 milhões de pensionistas recebem menos de que o SMN
•
Cerca de 50% dos portugueses não têm rendimentos para satisfação de
necessidades básicas.
•
Número de sem-abrigo subiu 78% em quatro anos (cerca de 11.000)
•
O número de beneficiários de RSI em Portugal era de 195.484 em janeiro
de 2023 e residentes no concelho de Viana do Castelo, no mesmo mês, era de
1.117. (O valor máximo do RSI, por pessoa, para o ano de 2023, é
de € 209,11 mensais, correspondendo a 43,525% do valor de € 480-indexante dos
apoios sociais. O limiar de pobreza é de cerca de € 550 mensais. O salário
mínimo é de € 760.) O valor destes conceitos está ligado à evolução do PIB, da
inflação, do rendimento médio e de decisões políticas. Quando se aumentam os
salários sobe o rendimento médio e, por conseguinte, o valor do limiar de
pobreza (60%), deixando de serem considerados pobres aqueles que mantêm o mesmo
baixo rendimento
•
Indicadores económicos
•
Depósitos nos bancos em julho de 2023 ………..…… 175.000.000.000,00
•
Certificados de aforro em julho de 2023 …………… 33.220.000.000,00
•
Fundos de investimento em julho 2023 …………….... 18.400.000.000,00
(PPRs, pensões, dívida pública, dívida privada, fundos de obrigações)
•
O.G.E. 2024 – Despesa total consolidada ………………. 187.644.816.321,00
•
O.G.E. 2024 – Despesas correntes ……………..……….. 123.019.000.000,00
Ativos dos bancos em 2022
…………………………. 468.000.000.000,00
•
Dinheiro público para Ex:BPN; BANIF e Novo Banco até
2023....17.300.000.000,00
•
Endividamento do setor não financeiro ………….…. 806.900.000.000,00 Deste total da dívida, 442 mil milhões de
euros são do setor privado (empresas privadas e particulares) e 364,9
mil milhões de euros ao setor público (administrações públicas e empresas públicas).
Indicadores de ricos/pobres
•
Organizações cristãs
pedem ao G20 impostos superiores para os mais ricos
•
Aumentar os impostos sobre os mais ricos (2% para os milionários, 3%
para aqueles com rendimentos acima de 50 milhões de dólares e 5% para os
bilionários) poderia gerar anualmente 2,5 triliões de dólares, "o
suficiente para tirar da pobreza 2,3 mil milhões de pessoas e oferecer cuidados
de saúde e proteção social universais a 3,6 mil milhões de pessoas", afirmam
várias federações ecuménicas de igrejas cristãs, numa carta aberta ao G20, o
grupo de países mais poderosos do mundo que estará reunido nos próximos dias 9
e 10 de setembro na Índia. (jornal online 7 margens – 08.09.2023).
•
Futebol, férias, jogos e concertos dão-nos indicadores relevantes da
realidade social.
Indicadores de habitação
•
Há, em Portugal, cerca de 700.000 casas vazias
•
Censos de 2021- 6 milhões de alojamentos. Governo promete 32.800
casas de habitação pública até 2026
•
Portugal tem cerca 100.000 casas em alojamento local
•
13% das novas casas construídas na última década ficaram vazias e 95%
do IDE é em imóveis
•
Metade das casas vendidas em 2023 ainda não estão construídas
•
Em 2022 foram vendidos 18.500 fogos novos em Portugal continental. Em
2002 foi de mais de 120.000
•
Assiste-se a aumentos superiores a 30% em muitas rendas
•
Há cerca de 1.400.000 famílias com crédito à habitação e a prestação
média subiu mais de 40% no último ano e mais de 50% são juros
•
Iniciaram-se, em 2022, cerca de 770 mil processos de renegociação a
créditos ao consumo e habitação
(Expresso Jornal Negócios -28/03/2023).
•
BPII vende
carteira de crédito malparado avaliada em 123 milhões. A carteira foi vendida a
fundos de uma gestora de ativos norte-americana e inclui 46 mil contratos de
cerca de 17 mil clientes (Jornal de
Negócios 02.10.2023). A CGD também fez negócios deste tipo.
•
No 1º semestre deste ano os lucros dos bancos foram superiores a 1.900
milhões de euros ( + 58% do que em 2022)
Indicadores de habitação
A prestação a pagar para um empréstimo de 150.000
euros, com prazo de reembolso de 30 anos, com uma taxa Euribor de 4,070% e um
spread de 1%, será de € 804,21, a partir deste mês de setembro, quando em
setembro do ano passado era de € 573,29 (aumento de 40,3%). Isto é inacessível a pessoas de baixos
rendimentos.
Habitação – 1º Direito
•
“Ao fim de quase três anos desde a entrada em vigor da Lei de Bases da
Habitação, o Governo apresentou em 03.11.2022 o Programa Nacional da Habitação,
documento previsto naquela lei onde estão estabelecidos os objetivos e as
medidas de política nacional de habitação a cumprir nos cinco anos seguintes.
•
O aumento das taxas de juro, as dificuldades que as famílias têm
em pagar, o crescente número de despejos e o aumento do preço do metro
quadrado, sobretudo nas grandes cidades, dificultam a missão. Estes
fatores agravantes dos problemas da habitação, sublinhou, não dependem
nem dos municípios, nem do Governo. Por este motivo, Luísa Salgueiro
considerou que ninguém sabe se o pacote Mais Habitação, lançado pelo executivo
e viabilizado no parlamento pela maioria socialista, vai conseguir ajudar a
resolver a situação: “Esse é o objetivo, mas se vai resolver ou não o problema
vamos ter aguardar para ver.”
•
Portugal – A habitação pública representa, apenas, 2%
do total da habitação construída. Governo quer aumentar
para 5% - (8.09.2022). mas em 19.09.2023 o 1º ministro
anunciou na AR querer construir 32.800 casas até 2026 o que equivale a mais 0,5%. A média na EU é > a 14%. Estas medidas colocam Portugal na cauda da
Europa
eLei
“Mais Habitação” – aspetos relevantes
•
Arrendamento forçado de devolutos, mas será “excecional”
•
Governo admite rever apoio às rendas e crédito habitação
•
Omissão sobre os despejos
•
Limitações à aprovação dos vistos gold
•
Isenção de IMT (Imposto Municipal de Transmissões Onerosas) para
construção de casas de renda acessível
•
Limites à subida da renda dos novos contratos
•
Apoios extraordinários na habitação não podem ser penhorados
•
Isenção de IRS e IRC para rendas de casas que saiam do AL
•
Aprovada suspensão de novos AL fora do interior
•
Condóminos vão decidir sobre novos alojamentos locais
•
Contribuição extraordinária sobre alojamento local
•
Senhorios e rendas: aprovada descida da taxa de IRS
•
Isenção de mais-valias nas casas vendidas ao Estado
LLei
“Mais Habitação” – Parecer da DECO ((15 PGS)
•
(…) Ainda assim é importante sublinhar que a DECO entende que pese
embora a bondade subjacente à intenção governamental de apresentação desta
proposta, a presente Associação entende que será necessário assumir que
dificilmente se conseguirá alterar o atual paradigma do acesso à habitação no
prazo desejável, pelo que é urgente a aplicação de medidas eficazes e que
possam mitigar a atual crise habitacional em curso (…)
Posições recentes da
DECO
•
Congelamento da prestação
•
Nova forma de taxa fixa.
•
Ajustamento da prestação quando ultrapasse 35% do rendimento disponível
•
Alargamento do prazo de contrato até aos 75 anos de idade
•
Criação de uma linha de crédito, sem juros, para pagar os acréscimos da
prestação, a amortizar após um período de carência mínimo de 2 anos
•
Revisão do critério de acesso aos juros bonificados de crédito à
habitação e aumento do referido apoio
•
Medidas de apoio ao arrendamento a inquilinos e senhorios
vulneráveis
•
Etc…
•
O Governo quer reduzir os benefícios fiscais para futebolistas. Até
agora, pagam IRS sobre metade do salário, mas o Orçamento do Estado para 2024
vai acabar com a regalia para ordenados a partir de 500 mil euros.
•
Ainda não consegui calcular os benefícios fiscais concedidos e grandes
empresas e instituições mas em anos anteriores foram de cerca de 4 mil milhões
de euros
"O
que devem as autarquias fazer por nós!“
interesse Genuíno
pela Dimensão da
pobreza
•
As juntas de freguesia e as câmaras municipais são as entidades
oficiais que mais perto se encontram dos habitantes. Têm de saber e divulgar a sua radiografia da carência
sócio-económica.
•
A DECO tentou saber dados sobre serviços públicos essenciais no Minho
(ver alguns dados).
Radiografia da carência sócio-económica nas
autarquias.
Plano estratégico do município para cada uma das áreas
- Nº de sem abrigo,
ou em habitação precária, e total de alojamentos públicos.
- Nº de habitantes
com rendimentos abaixo do limiar de pobreza e do IAS.
- Nº de habitantes
com fragilidade no acesso à habitação e aos serviços públicos essenciais.
- Nº de alunos com
ação social escolar, por escalões, e nº de professores contratados com
contratos inferiores a 1 ano.
- Nº de crianças em
acompanhamento nas CPCJs (482 em Viana do Castelo em 2022)
- Taxa de desemprego
e nº de pessoas que se encontram em programas de formação (Ex: contratos
emprego-inserção).
- Nº de beneficiários
do RSI (Ex: concelho de Viana do Castelo –1.117 em janeiro de 2023)
- Tempo de espera em
consultas de especialidade e exames complementares de diagnóstico no SNS (Rx;
Ecografias; TACs…)
- Nº de utentes sem
médico de família
- Nº de famílias que
têm tarifa social na eletricidade e na água, com os valores monetários
respetivos.
- O número de cortes
de fornecimento de água e eletricidade por falta de pagamento
- A quantidade de
residentes em situação de mora nos créditos contraídos
- Nº de contratos de
trabalho a termo certo e nº de
trabalhadores independentes
- Nº de presos em
cumprimento de pena (E.P. de Viana da Castelo tinha 62 presos em 31.12.2022 mas
há mais noutros EPs).
Indicadores
de Viana do Castelodo
Habitação
Social/Renda Apoiada (229 fogos) – valores constantes do site do Município
•
Areosa-Urbanização Municipal do Malhão 48 fogos (24 -T2 +
24-T3) Realojamento de 48 famílias em Agosto de 1998
•
Urbanização Municipal do Lugar do Meio 32 fogos (16-T2 +
16-T3)
Realojamento de 32 famílias em Junho de 1995
•
Perre- Urbanização Municipal da Felgueira 32 fogos (16-T2
+16-T3)
Realojamento de 32 famílias em Outubro de 2001
•
Castelo do Neiva Bairro Social de Sendim de Baixo
12 fogos (6-T2+6-T3) Realojamento de 12 famílias-Dezembro de 1994
•
Barroselas Urbanização Municipal do Lugar do Souto
12 fogos (6-T2+6-T3) Realojamento de 12 famílias-Dezembro de 2003
•
Alvarães Bairro de S. José 10 fogos (1-T5 + 3-T4
+ 6-T3)
Realojamento de 10 famílias em Setembro de 1992
•
Urbanização Municipal da Costeira de Alvarães
24 fogos(12-T2+12-T3) Realojamento de 24 famílias- Dezembro 2004
•
Darque Urbanização Municipal do Lugar da Areia 42 fogos (21-T2 +
18-T3 + 3-T4) Realojamento de 42 famílias em Junho de 2004
•
Outras Habitações Propriedade do Município:
•
Darque Edifício Mira Lima 3 fogos IHRU 8
fogos
•
Monserrate IHRU 4 fogos
•
Meadela IHRU 2 fogos
Indicadores
de Viana do Castelodo- - valores constantes do site do Município
Viana do Castelo
(Cidade): 40 000 habitantes*; Concelho: 91 000
habitantes* , Área: 314 km2 ; Orla Costeira: 24 Km; Praias
de Bandeira Azul: 10(2023; Praias Douradas: 9 (2023); Praias
marítimas: 13; Praias e Zonas Fluviais: 17; Árvores
Monumentais: 12; Campeonatos Mundiais de Surf: 2; Velejadores
e Remadores Locais: 190*; Lugares de Acostagem na Marina: 307;
Empreendimentos Turísticos (Hotéis, Pousadas, Apartamentos
Turísticos, Empreendimentos de Turismo de Habitação, Empreendimentos de Turismo
no Espaço Rural – Casas de Campo, Agro-turismo, Hotel Rural): 49.; Camas: 1.764;
Empreendimentos Turísticos (Parques de Campismo): 2. Lugares:
1.900; Alojamento Local (Estabelecimentos de Hospedagem, Moradias,
Apartamentos): 348. Camas: 1.265; Estabelecimentos de
Restauração: 151; Empresas de Animação Turística: 32; Operadores
Marítimo Turístico: 19; Agências de Viagens e Turismo: 24;
Postos de Turismo: 1; Elevador/Funicular: 1; Navio-Hospital
Gil Eannes: 40 000 visitas por ano*; Edifícios do Séc. XVI, XVII,
XVIII na cidade: 48; Fortes: 3; Pontes de Gustave
Eiffel: 1; Áreas Ajardinadas na Cidade: 162 000 m2; Miradouros: 21;
Parques de Merendas: 63; Património Arqueológico Classificado: 7;
Património Arquitetónico Classificado: 29; Santuários, Conventos
e Mosteiros: 6; Aldeias de Portugal: 1; Centro de
Educação Ambiental: 1; Teatro Municipal do séc. XIX com sala de
traçado italiano: 1; Espetáculos no Teatro por ano: 176*; Moinhos: 396;
Museus, centros interpretativos e Núcleos Museológicos: 24; Igrejas
e Capelas: 212; Carrilhões: 2; Bordados de Viana: 27
pontos e motivos; Fábricas de Louça: 2; Ourivesarias: 20;
Romarias: 70 por ano; Feiras e Feirões: 260 ano; Gastronomia
– Agroalimentar Qualidade Reconhecida: 2 (IGP Cabrito Terras Altas do
Minho e DOC Vinhos Verdes); Grupos Etnográficos e Escolas de Música: 67;
Estacionamento nos 7 Parques Subterrâneos: 3000*; Trilhos
Pedestres: 28; Trilhos Equestres: 3; Caminhadas
organizadas pela Autarquia por ano: 12; Utilizações nas 3 Piscinas
Municipais: 190 000 por ano*; Toneladas de Mercadorias no Porto de
Mar: 561 mil por ano; Monte de Santa Luzia: mais de 1
milhão de visitas por ano*; Monumentos Naturais Locais: 13; Sítios da
Rede Natura 2000: 3; Áreas Naturais Classificadas: 24% da área do
território.
“MAPTalk”-
“Preciso
duma casa…que eu consiga pagar!”
•
Respostas:
•
Identificação concreta das necessidades (Radiografia da carência
sócio-económica).
•
Aumento muito significativo e imediato da oferta pública de habitação,
por aquisição de casas vazias, construção acelerada de novas casas, obrigatoriedade dos
projetos de loteamento contemplarem 10% das frações para o domínio público e por
arrendamento/subarrendamento.
•
Incidência fiscal diferenciada entre casas habitadas e casas vazias ou
“casas para negócio” .
•
Utilizar os bancos do Estado (CGD e Fomento) para financiar a juros e
spread mais baixos e com critérios de base social mais abrangentes, não
utilizando os despejos nem as empresas-abutre.
•
Encargos das famílias com a habitação proporcionais ao seu rendimento.
•
Garantia de estabilidade de usufruto de habitação.
•
Criação de mecanismos impeditivos de despejos, no caso de residência
única da família.
( Deve ser proibida a venda de créditos de habitações dos Bancos a
fundos abutre)
(Processos de
despejo aumentaram 35,8% em 2022 - Expresso – 11.11.2022).
•
Priorização do direito à habitação relativamente a interesses privados.
•
•
Posição do movimento Porta a Porta – Casa Para
Todos
•
A organização exige que “sejam tomadas medidas que cumpram e façam
cumprir a Constituição da República Portuguesa e a Lei de Bases da Habitação” e
propõe medidas como “garantir a renovação obrigatória dos atuais contratos de
arrendamento existentes”; “não proceder ao aumento das rendas para o ano de
2024, nem permitir aumentos nos contratos futuros sobre o mesmo imóvel”;
“tabelar o valor do arrendamento urbano”; “partindo do cadastro, acelerar de
imediato o arrendamento público de todos os imóveis devolutos, a partir dos
serviços da administração central do Estado”.
•
Exige ainda o aumento da “oferta de habitação pública, com um plano
claro de curto, médio e longo prazo, para atingirmos até ao final da década a
média de habitação pública da União Europeia, plano esse que deve ser
apresentado até ao final do presente ano”; a revogação das “atuais licenças de
alojamento local nas zonas de carência habitacional e forte pressão demográfica
e promover a transferência das mesmas para o interior do país como forma de
desenvolvimento do mesmo”; a revogação da “Lei dos Despejos e acabar de
imediato com o Balcão dos Despejos, proibindo os mesmos sem garantia de
alternativa de habitação digna para todo o agregado familiar”; e a revogação
imediata do “regime fiscal dos residentes não habituais”.
•
Para a aquisição de casa própria e permanente exige que seja garantido
que “nenhuma família paga mais que 35% dos seus rendimentos líquidos mensais de
prestação bancária do crédito à habitação, sem onerar o futuro dos créditos,
pondo os lucros da banca a suportar esta opção política” e que seja proibida a
“penhora da morada de família”. “A par de tudo isto é ainda urgente e
necessário aumentar o alojamento estudantil”.
Condições
importantes
•
Fomento de emprego estável com salários condignos
•
Assegurar o fornecimento de serviços públicos essenciais
•
Agilização das ações de apoio social imediato (ex: apoios para
medicamentos, alimentação, transportes e material escolar, etc…) sem
burocracia. (Exemplo do filme “I
Daniel Blake”).
ria
R Como
se vive com o salário mínimo em Portugal?
Maria Raposo, de 28 anos, vive
com a filha e recorre a todas as ajudas sociais a que tem direito. “Acabamos
por só ter maneira de sobreviver, porque lazer não existe, ou se existe temos
de cortar no importante”, diz a assistente operacional. Veja a entrevista em
vídeo . (Expresso 15.04.2023 – Fb)re
Meu comentário no Fb: E esta
realidade convive com o apagamento das instituições que deveriam estar na 1ª
linha da contestação: Igreja Católica, Sindicatos, ONGs de direitos humanos,
etc... . Por outro lado, certa classe média/alta esgota os hotéis nos locais
turísticos de renome, assim como os locais de férias no país e no
estrangeiro. Que desumanidade! Que desigualdade! Que injustiça, já que são os
pobres que, em maioria, lá trabalham para proporcionar a boa vida dos mais
abastados. E depois admiram-se da alta abstenção. Qual é o interesse dos pobres
em votarem em modelos que os não tira da pobreza? Para quando uma revolução que
instale uma nova ordem política, económica, social e cultural?
Ai
dos pobres! Há sempre uma boa razão para lhes dizer não.
(Conto: O Jantar do Bispo - Sofia
de Melo Breyner Andresen)
Minha visão
• Neste último
trimestre do ano sou participante em quatro conferências: na igreja católica em
Fátima sobre a prática vicentina, na universidade de Coimbra sobre as prisões,
na maçonaria no Porto sobre os 75 anos da DUDH e nesta aqui sobre a política de
habitação.
• Perante tudo isto que
expus, sou de opinião que pouco vai mudar em qualquer dos temas em que vou
intervir. Quem comanda não tem medo de protestos pois está bem resguardado por
um sistema de justiça repressivo, punitivo, policial e ameaçador. Para uma
mudança significativa defendo uma nova ordem política, económica, social e
cultural.
• Nem a igreja católica
vai mudar, pois os cardeais, bispos e padres não vão querer ceder o seu poder
aos leigos, nem as universidades vão mudar o comando do elitismo balofo de
muitos senhores professores doutores, nem a maçonaria vai defender
destemidamente os valores da liberdade, igualdade e fraternidade, e nem os
detentores do poder político vão querer abdicar das mordomias da sua
dependência do poder económico financeiro. Não sei se dizer isto já poderá ser
um crime, pois pode ser alegado que é um ataque aos valores que dizem ser
democráticos e um apelo à subversão da ordem instituída, mas aos quase 80 anos
de idade já não se deve ter medo.
• Sobre a habitação
para as pessoas de menor rendimento devemos ter presente a reflexão de Sofia de
Melo Breyner Andresen: Aí dos pobres. Há sempre uma boa razão para lhes dizer
não.
• Resta-me sonhar com
uma revolução global.