Por coincidência, dois acontecimentos de relevância
extraordinária tiveram, ontem, lugar em dois pontos distantes do Mundo: um
casamento em UK para cumprir as normas protocolares da monarquia inglesa, em
que tudo é encenado e bafiento. E outro espectacular casamento, na idílica
paisagem do Minho, em que a beleza humana teve ocasião de se exibir
espontaneamente com todo o seu esplendor, no qual tive a honra, o privilégio e
o prazer de ter estado: o casamento do meu ilustre afilhado de baptismo André e
da minha bonita afilhada, por afinidade, Sara. Obviamente, o casamento dos meus
afilhados, superou, largamente e em todos os parâmetros, o que ocorreu na
vetusta Albion.
O sinal da magnificência do evento foi, logo, dado na primeira
melodia tocada na encantadora igreja de Forjães, com o arranjo musical do tema Bohemian Rhapsody dos Queen (…Mama,
life had just begun, But now I've gone and thrown it all away…). Não podia ter
havido melhor começo! Mas, antes, já tinha tido ocasião de apreciar o toque de
beleza e distinção da noiva e das convidadas (dos homens não me cumpre fazer
apreciações estéticas). Qual gala da Miss Mundo; Qual cerimónia dos Óscares.
Era ali, na Igreja de Santa Marinha de Forjães, que estava reunida a fina flor da
beldade feminina!
Durante a cerimónia religiosa, o
sacerdote enfatizou a parte do evangelho que relembra a nossa atitude a ter com
as vicissitudes da vida “…Apenas se viam umas pegadas na areia. Eram as pegadas
do Senhor, que nunca abandona ninguém, na alegria e na dor, na felicidade ou no
sofrimento…” . Frederic Ozanam adaptou este lema para a sua acção quotidiana ao
assumir que “Não pode haver dores inconsoláveis, nem alegrias exclusivas”. A exortação final do evangelho referido pelo
pároco é clara na sua mensagem: Amai-vos uns aos outros! Honoré de Balzac deixou-nos uma bonita
mensagem sobre este comportamento que nos deve acompanhar ao longo da vida: "Nunca
devemos julgar as pessoas que amamos. O amor que não é cego, não é amor."
O gesto afectivo da deslocação da noiva à campa de seu pai foi tocante e
emotivo, demonstrativo de que não esquece quem foi parte importante na sua
vida.
Na hora do banquete e da festa assistiu-se a uma alegria
esfusiante, genuína. Jovens e idosos, adultos e crianças, deixaram-se levar
pela encantadora simpatia dos noivos, sendo estes os maiores animadores e entusiastas do convívio, que se alargou a
todo o salão. Tive ocasião de partilhar este sentimento com a médica da família
que se sentou a meu lado na mesa, pessoa
com quem, também, tive oportunidade de me enriquecer nas conversas que
mantivemos e que confessou não ter ministrado ao André as vacinas da paz e do
perdão, mas concordamos que ele já foi delas portador por herança genética.
Mais uma vez tive ocasião de apreciar a excelência da riqueza
humana que envolve a família do meu afilhado André. Foi uma bênção divina que
me foi dada o poder ter encontrado na vida família tão exemplar. Avós, pais,
irmãos, tios e tias, primos e primas, todos têm um lugar muito especial no meu
coração. Já Lilian Tonet dizia: "As pessoas entram, muitas vezes,
em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que nela permanecem”.
Querida Sara e caro André: Uma das músicas tocadas que
suscitou maior entusiasmo nos participantes foi o fado Rosa Branca que tem o
refrão “ Quem
tem, quem tem. Amor a seu jeito.
Colha a rosa branca. Ponha a rosa ao peito”. Os vossos peitos vão ser jardins
floridos.
Beijos e abraços portadores do desejo de imensa
felicidade. A minha gratidão por me terem convidado.
O padrinho Manuel Hipólito Almeida dos Santos - 19/05/2018