terça-feira, 11 de outubro de 2011

A Ignorância tem tratamento

Nos últimos tempos temos vindo a assistir ao desencadear duma campanha que visa denegrir e desacreditar o Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências integrado na Iniciativa Novas Oportunidades. Tais acções têm vindo a ser protagonizadas por várias pessoas e entidades, tendo sido uma arma política de arremesso durante a recente campanha eleitoral. Recentemente o actual Ministro da Educação veio atirar lenha para a fogueira ao dizer que “…é preciso saber se o programa Novas Oportunidades ajudou realmente alguém a conseguir emprego ou a subir na carreira”.
Infelizmente, as declarações a lançarem suspeitas sobre a valia deste programa e do processo RVCC têm vindo de pessoas que nunca estiverem envolvidas em qualquer acção formativa enquadrada no programa. Mas mais grave é que seja o próprio ministro a dar guarida a tais manifestações de ignorância. É de bom senso que qualquer pessoa antes de se pronunciar sobre um assunto se tente informar o mais possível sobre ele. Quem quiser falar sobre as Novas Oportunidades tem de ler o relatório da Direcção Geral da Educação e Cultura da Comissão Europeia “Further measures to implement tha action plan on adult learning: Final Report”, no qual Portugal é um dos cinco países classificados na escala mais elevada (“High”) no que respeita ao nível de desenvolvimento em matéria de validação de aprendizagens não formais e informais. A par de Portugal só ocupam esta posição mais quatro países (Finlândia, França, Holanda e Noruega). Este estudo envolveu trinta e quatro países e abaixo de Portugal estão a Dinamarca, Alemanha, Espanha, Suécia e Reino Unido com a classificação (“médium-high”). Os interessados em saberem mais sobre este estudo podem consultá-lo em:
http://www.cedefop.europa.eu/EN/bibliographies/18212.aspx .
Em Portugal a Agência Nacional para a Qualificação tem, também, várias publicações e materiais que possibilitam uma completa informação sobre o que se está a fazer nesta área tão importante de reconhecimento e qualificação de pessoas.
O que não se deve admitir é que, levianamente, se queira achincalhar um processo que tem vindo a reconhecer a dignidade da formação e das competências de pessoas que pelas mais diversas razões não o puderam fazer na via clássica de ensino. Quem critica, por exemplo, o Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências alguma vez leu um PRA (Portefólio Reflexivo de Aprendizagens)? Quem critica o processo alguma vez assistiu a um Júri de Certificação? Quem critica o processo sabe que as sessões dos Júris de Certificação são públicas e que, portanto, podem ser observadas por todos os interessados? Quem critica o processo sabe quem faz parte do Júri de Certificação e dos níveis de exigência para integrar esse júri?
Sendo assim, só deve pronunciar-se sobre as Novas Oportunidades quem souber do que fala.

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