Meu querido genro Fernando
Martins
Estamos hoje aqui consigo para
lhe mostrar o quanto o admiramos, e o quão grato lhe estamos por nos ter
mostrado como se pode ser um bom pai, um bom marido, um bom filho, um bom
professor, um bom genro, um bom amigo e um bom cidadão. Estamos nós aqui, nesta
cerimónia que quisemos ser íntima, mas estão aqui, em espírito, muitos mais que
consigo conviveram, o admiraram e que só não estão fisicamente porque me
disseram respeitar este nosso desejo de privacidade.
A sua passagem por este mundo
deixou marcas que passarão a ser fontes para que nós tentemo-nos aproximar dos
seus bons exemplos.
Tudo aquilo que o seu legado
cívico e humano nos deixa, foi fruto de muitos sacrifícios, sofrimentos e
generosidade em que assentou o comportamento do Fernando.
A sua capacidade de suportar
esses sacrifícios e sofrimentos, que se tornaram bem visíveis nos últimos anos
da sua vida, são prova da dedicação que deu mostras em não regatear esforços em
prol da sua família, dos seus amigos e da sua profissão.
Fernando
Há um compromisso que quero
assumir, aqui, perante si. Farei tudo o que estiver ao meu alcance, no pouco
tempo que me resta de vida, para que aqueles a quem mais se dedicou continuem a
sentir a sua presença como no passado.
O seu filho Tiago, a sua esposa
Alexandra, a sua mãe Helena, a sua sogra Lurdes, os outros membros da família,
os seus amigos, os seus colegas, os seus alunos, vão continuar a tê-lo presente
como esteve até agora. Não tenho a menor dúvida sobre isto.
Digo muitas vezes, e muitas
pessoas sabem disso, que, além de muitas outras qualidades, as minhas duas
filhas mostraram uma muito importante.
Souberam escolher os melhores genros do mundo com que me presentearam.
Estou-lhes grato e vou continuar a retribuir esta gratidão. No evangelho
segundo S. Lucas é dito: “Aqueles
que cumprem todas as normas e regulamentos e nada mais fazem são servos
inúteis”. O Fernando foi um servo muito útil pois fez muito mais do que apenas
cumprir normas e regulamentos. O estar esta cerimónia a decorrer no Dia de
Todos ao Santos é uma divina coincidência. O Fernando, por tudo quanto passou
na vida foi um santo, um santo mártir.
Luís de Camões, no canto I dos
Lusíadas exalta as pessoas que deixam marcas neste mundo, que se aplicam a si,
Fernando: “… E aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte
libertando, cantando espalharei por toda a parte se a tanto me ajudar o engenho
e arte”. É isto que me vou empenhar a fazer cultivando a memória do Fernando.
Também o escritor Antoine Saint
Exupery constatou: “Aqueles que
partem de nós não vão sós. Deixam algo de si. Levam algo de nós”. O muito que
nos deixou de si, Fernando, vai fazer com que o seu espírito continue presente
em nós.
Meu querido genro Fernando: A minha gratidão por tudo quanto me deu.
Encontrar-nos-emos no Oriente Eterno.
01/11/2017
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